terça-feira, 24 de abril de 2007

Certos dias acordamos e nos deparamos com alguém que simplesmente nos recusamos a acreditar que somos nós. Quantas vezes ao se olhar no espelho pela manhã você não se perguntou quem era aquele estranho que te olhava do outro lado da janela?
Hoje eu acordei assim. A imagem refletida não condiz com o meu interior. Vejo a figura de alguém triste, abatido pelo cansaço, cabelos e pele sem vida. Mas ao fitar-me nos olhos, negros, grandes e brilhantes, uma outra pessoa circulou pelo fundo deles e me acenou como se me conhecesse.
Vi o vulto ou a alma de uma mulher plena, feliz. Sua gargalhada chegou a ferir de inveja o meu coração. Tudo nela resplandecia, emanava uma luz que praticamente me ofuscou.
Sua aparição foi muito rápida, mas ainda sim consegui tempo para admirá-la...
Ela se foi e deixou sozinha e em prantos alguém que teima em dizer que sou eu!
Talvez eu nunca mais devesse me olhar no espelho...